Agências, jornalismo e Carrilho
Ontem vi com grande interesse o debate do Prós e Contras da rtp1. Não me refiro a algum interesse que o livro de Carrilho possa ter. Considero-o uma espécie de Código Da Vinci, em que se interliga à força alguns factos reais de forma a retirar conclusões absolutamente disparatadas. O problema é que o livro de Dan Brown é um romance para entreter o pessoal, mas o livro de Carrilho acusa pessoas concretas de práticas muito graves (também não deixa de ser para entreter). Ou seja, o interesse do debate não esteve no livro de Carrilho, mas em três outros aspectos.
O primeiro é a abordagem feita pela primeira vez em televisão (que eu saiba e de forma tão profunda) acerca do trabalho das agências de comunicação. A existência destas agências não me incomoda particularmente, partindo do princípio que elas se limitam a tentar, por meios lícitos e honestos, divulgar a informação que os clientes querem. Contudo, ao que parece, as ditas agências têm excedido estas funções e contribuem para a degradação do jornalismo.
O segundo aspecto referido agrava o primeiro. Falo agora da diminuição do jornalismo de investigação, causada pelos cortes de orçamento das redacções. Isto tem como consequência a incapacidade do jornalismo em investigar questões importantes para a sociedade, acabando por se render à informação que chega das agências e que nem sequer é confirmada convenientemente e também ao jornalismo sensacionalista fútil.
O terceiro aspecto foi o prazer que tive em ver o verdadeiro Carrilho exposto para quem quisesse ver. A arrogância e o egocentrismo destacaram-se, revelando-se sempre que caía a capa do homem filósofo, cosmopolita e civilizado.
O primeiro é a abordagem feita pela primeira vez em televisão (que eu saiba e de forma tão profunda) acerca do trabalho das agências de comunicação. A existência destas agências não me incomoda particularmente, partindo do princípio que elas se limitam a tentar, por meios lícitos e honestos, divulgar a informação que os clientes querem. Contudo, ao que parece, as ditas agências têm excedido estas funções e contribuem para a degradação do jornalismo.
O segundo aspecto referido agrava o primeiro. Falo agora da diminuição do jornalismo de investigação, causada pelos cortes de orçamento das redacções. Isto tem como consequência a incapacidade do jornalismo em investigar questões importantes para a sociedade, acabando por se render à informação que chega das agências e que nem sequer é confirmada convenientemente e também ao jornalismo sensacionalista fútil.
O terceiro aspecto foi o prazer que tive em ver o verdadeiro Carrilho exposto para quem quisesse ver. A arrogância e o egocentrismo destacaram-se, revelando-se sempre que caía a capa do homem filósofo, cosmopolita e civilizado.
2 Comments:
Também vi o debate. Não por gostar particularmente de política, mas antes porque achei o tema interessante.
Mas continuo a achar que o facto de a SIC ter exibido aquela famosa cena do debate sem autorização do Carrilho, prejudicou o deputado do PS. Claro que haverá outras razões para a sua derrota, mas os media tiveram um papel de peso na decisão dos lisboetas.
Abraço!
Claro que essa cena teve grande influência, mas o Carrilho já tem idade para reconhecer e ser responsabilizado pelo que faz, ou, neste caso, não faz. Dizer que a culpa é da televisão demonstra mau perder.
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