Sunday, February 12, 2006

Iraque

Ontem tomei conhecimento de mais uma notícia relacionada com as operações militares comandadas pelos "Aliados" no Iraque. E mais uma vez, para não variar, causou-me vergonha. Vergonha e pena.

A notícia em questão remete para um vídeo, aparentemente filmado por brincadeira por soldados britânicos. No vídeo podem ser vistos cerca de 4 ou 5 soldados ingleses a pontapear e espancar jovens adolescentes iraquianos, totalmente indefesos.

Não vou dissertar sobre isso; acho que as imagens falam por si. Lá diz o ditado: "Uma imagem vale mais do que mil palavras". Só acho no mínimo irónico e hipócrita acusarem os iraquianos de envolvimento em terrorismo com alvos inocentes e depois os nossos "representantes" no terreno, que eram suposto manterem a segurança e não incitarem à violência, acabam por se tornarem ainda mais infantis e vergonhosos.

Apenas um pequeno aparte relativo a esta afirmação de um porta-voz da Defesa britânica. Passo a citar: "Mais de 80 mil soldados, homens e mulheres (das forças armadas britânicas) serviram no Iraque desde o início das operações militares neste país. Apenas uma ínfima minoria foi implicada em incidentes relacionados com maus-tratos deliberados.".

Depois de ler uma coisa destas, temos ou não razões para crer que temos idiotas no poder a gerir os mais altos cargos da política mundial? Por amor de Deus...

8 Comments:

Blogger Luís Araújo said...

Concordo que o que é visto nas imagens é vergonhoso.
Mas permite-me que discorde da tua opinião em relação à afirmação do porta-voz da Defesa Britânica. Se calhar a afirmação pode cair mal porque acaba por desvalorizar o sucedido, mas ninguém pode negar que é a verdade. Se eu fosse um dos 80.000 militares britânicos ficaria indignado se o Ministério não dissesse o que o porta-voz disse. Ele não o disse para desvalorizar, mas para salvaguardar a dignidade e o bom nome dos bons militares, que são postos em causa por generalizações que se costumam fazer em momentos destes.

February 13, 2006 6:24 PM  
Blogger Luis Oliveira said...

Oh Luís, por amor de Deus... Esse tipo de afirmações da porta-voz são do tipo a que eu chamo de "treta". Até vou mais longe: "treta vergonhosa". Tem algum jeito? Que legitimidade tem alguém para fazer coisas destas? Será que eu tenho de estar contente em serem apenas 4 ou 5 em 80000? Ou até mais se contarmos com os americanos de Abu Graibh.. Quero lá saber, isto nem sequer deveria ter acontecido uma única vez! É para isso que eles lá estão, para manter a segurança, não é para pontapearem as tripas aos locais, sejam eles quem forem. E mais grave ainda se torna se tivermos em conta que estão lá sem o aval das Nações Unidas.

Mas isso já outra história, não é verdade?!...

February 13, 2006 11:04 PM  
Blogger Luís Araújo said...

Não me terei feito entender devidamente? É óbvio que o que aparece nas imagens não tem jeito nenhum; que ninguém tem legitimidade para fazer aquilo; e que não tens de estar contente por serem apenas 4 ou 5. Ninguém está a pôr isso em causa.
O que eu ponho em causa é a crítica à declaração do porta-voz. Não é treta. É a defesa da dignidade, do bom nome, da honra e da moral dos militares que não têm nada a ver com o sucedido. É a defesa disto contra reacções do género da tua que, de ânimos exaltados, faz uma generalização injusta. Certamente não foram só 4 ou 5 militares envolvidos nisto (incluindo-se já os que consentiram com o silêncio) e certamente outros episódios semelhantes devem ter ocorrido sem sabermos, mas nada disto faz com que a afirmação do porta-voz seja treta. Há pessoas lá a arriscarem a sua vida para estabelecer a paz ou nem que seja só para ganhar um bom pé de meia e que não merecem ser vistas como criminosas. Merecem a defesa da sua honra.
Aqui, como muito bem disseste, não tem nada a ver a legitimidade de avançar para a guerra; isso foi uma opção política perfeitamente discutível.

February 14, 2006 1:25 AM  
Blogger Luis Oliveira said...

Mas eu não ponho em causa o bom nome "dos restantes". Existe um bom ponto de vista nesse aspecto.

No entanto, não é forma de se "desculpar". Não se lamenta acontecimentos destes dizendo "pelo menos foram só 4 ou 5, entre 80.000 até nem são muitos..." Está errado. Politicamente incorrecto, se preferires. Não consigo acatar uma reacção deste tipo, só isso. Até pode ter sido dito no âmbito de uma estratégia de discurso qualquer, mas não aceito, só isso. Acho que não fica bem.

February 14, 2006 2:51 PM  
Blogger Luís Araújo said...

Ok, então já não há mais nada a discutir. Achas que não fica bem e eu acho que era imperioso dizer isto. Além de que, com certeza, o discurso não foi só isto e também se deve ter dito que se lamentava profundamente o acontecido. Repito: não é uma desculpa.

February 14, 2006 4:56 PM  
Anonymous Anonymous said...

É forçoso salientar a gravidade dos acontecimentos violentos que se verificaram no iraque, e que nao dignificam nada a missao incumbida aos soldados aliados..esperemos que nada disto volte a acontecer porque, infelizmente, estaremos(nos ocidentais)a dar argumentos contra os principios que sustentam a invasão..
Mas tb acho fundamental esclarecer uma coisa e isto sobre os comentarios proferidos pelo tal porta-voz: em Portugal ha uma serie de criminosos e nem por isso me sinto tb um...minorias destas n devem ser consideradas regra, porque senao Portugal era um país habitado por um bando de criminosos e o mundo uma autêntica anarquia.
joao veloso

February 18, 2006 10:15 PM  
Blogger Luis Oliveira said...

Mas isso é uma analogia um tanto errónea. Se de facto existem criminosos em Portugal, isso surge na sequência dos comportamentos desviantes que qualquer sociedade tem. Não há sociedades perfeitas em que o sistema de regras é cumprido à risca. Neste caso concreto, estamos a falar de uma invasão a um território, sem consentimento da ONU (organização mais indicada) e sob pretextos que suscitam dúvidas, resultando daqui a noção de que existia alternativa, e se de facto queriam mesmo ir em frente com a invasão (porque "ocupação" é eufemismístico), então que o façam bem, porque para algo mal feito, já bastam as falsas acusações e suspeições em torno do regime outrora ditatorial lá vigente.

Reitero que fosse um soldado, ou fossem mil, só diferia na gravidade: o mal continuava lá. E continuava a ter sido feito. É uma vergonha e de uma enorme hipocrisia atacar um país por alegadas ligações com terrorismo e depois ver os "nossos" soldados a fazerem coisas destas. Já para não dizer irónico...

Cumprimentos.

February 19, 2006 1:42 AM  
Anonymous Anonymous said...

eu só quero aqui anunciar, que isto aqui, que isto aqui, é um bando de gatunos, é um bando ladroes e é um bando de chupistas:::

February 19, 2006 12:45 PM  

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