Wednesday, February 01, 2006

STCP


Hoje, dia 1 de Fevereiro, entrou em vigor uma nova fase da reestruturação da empresa de serviço de transportes STCP, que regula os autocarros urbanos da cidade do Porto. Esta fase é marcada por mais medidas que prejudicam claramente o cliente, sem qualquer tipo de objecção por parte das entidades competentes que podem ter voto na matéria.

Nos últimos tempos, devido ao aumento dos preços dos combustíveis e à suposta falta de clientes nos "trajectos menos pretendidos", a empresa decidiu retirar da circulação duas carreiras importantes, nomeadamente a 88 e a 23 (salvo erro). A 88 era a que fazia o trajecto em torno da Circunvalação, desde a Areosa até ao Castelo do Queijo, e fazia-o desde há cerca de 30 anos. Em nome da manutenção dos lucros e beneficiando da passividade das autoridades, bem como da clara monopolização do transporte público urbano da cidade do Porto, a STCP retirou estas carreiras, por aparente falta de clientes. Resultado: inúmeras pessoas que vivem em certas áreas da cidade do Porto deixaram de ter transporte público directo para o local onde trabalham/estudam. Brilhante...

Basicamente, nos últimos tempos tem sido assim: preços mais altos, cada vez menos carreiras e menos frequentes e menos condutores. Resultado: autocarros mais cheios. Não me venham com tretas de que isto serve para aumentar o interesse pelo metro: este transporte ainda não está disponível na íntegra, e onde existe, o preço também aumentou.

Andamos nós a tentar implementar cada vez mais o interesse pelos transportes públicos em detrimento do transporte individual, e acontece disto. Estamos numa suposta economia de mercado, marcada pela livre concorrência, e vemos uma empresa que supostamente serviria para serviço público, a abusar da confiança que detém e a prejudicar claramente os clientes. Manifestações já as houve, e reclamações há-as todos os dias. É óbvio que é muito mau quando ninguém faz nada, mas para quê se dar ao trabalho de reclamar quando ninguém vos ouve? Isso é que é uma verdadeira vergonha...

6 Comments:

Blogger Luís Araújo said...

Este assunto dos transportes públicos é muito complexo e não deve ser tratado com ligeireza, e muito menos sem conhecimento de facto. Logo, eu não posso falar dele com segurança. Mas, se viste - parece que sim - a mesma notícia que eu, também ouviste o responsável da STCP dizer que eram carreiras com pouca utilização e que iam ser substituídas por minibuses, que também têm a vantagem de não complicar tanto o trânsito. A questão aqui é saber quem diz a verdade, isto é, se a carreira tem muita ou pouca utilização e se há (ou haverá) alternativas. Sem saber isto com alguma certeza, não recomendo que te revoltes tanto com a notícia. Já sabemos como é o povo português quando lhes retiram qualquer coisa que se pareça com uma regalia...

February 01, 2006 7:01 PM  
Blogger Luis Oliveira said...

Caramba, tens sempre de me contrariar... ^^

Eu sei do que falo. Vi a notícia, mas isto já vem de trás. Sei que a reestruturação deles tem sido feita há já alguns meses, e sei que têm vindo a eliminar carreiras há bastante tempo. Apenas disse agora por uma questão de oportunismo, já que mais uma vez corroboram as suspeitas daquilo que são acusados.

As alternativas são o metro (que ainda não está completamente integrado) e o veículo privado (que se quer evitar). Ou então o táxi, mas isso não é para todos.

Minibuses? Se calhar até é verdade. Mas isso não soluciona o problema da [cada vez] menor frequência de transporte e das já poucas carreiras. Têm pouca utilização? Isso é relativo... Se calhar pouca utilização, aos olhos deles, significa autocarros que não vão completamente a abarrotar, tal como aqueles que eu vejo às 8 da manhã ou ao fim do dia...

February 01, 2006 7:15 PM  
Blogger Luís Araújo said...

Não contrariei. Só pedi moderação, pelas razões que expus. Mas reconheço que estás melhor informado acerca do assunto, e por isso me calo...

February 01, 2006 7:20 PM  
Blogger Luis Oliveira said...

Também não é caso para tanto... ;)

February 01, 2006 10:57 PM  
Blogger Eduardo Barroco de Melo said...

O metro não está completamente integrado? Como assim?

February 02, 2006 10:00 PM  
Blogger Luis Oliveira said...

O metro não existe em todo o lado no Porto. Serve o centro e faz de ligação a muitas zonas, mas não substitui a amplitude que o autocarro tem.

Digamos que o metro assegura a ligação entre estações, mas não assegura duas coisas:
- ligação directa entre várias zonas;
- acesso para todos.
Enquanto que, por exemplo, o autocarro existe em quase todo o lado, e querem colocar isso em causa.

Por outro lado, ainda há linhas que estão ainda em fase de testes, ainda que por pouco tempo.

O metro não pode, pura e simplesmente, substituir o autocarro. Os dois sistemas de transporte são complementares, nunca alternativos. Veja-se como faz o resto da Europa...

February 03, 2006 6:02 PM  

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