Uma mãozinha
Da entrevista de Cavaco Silva, ontem, destacam-se as afirmações de que este governo é reformista e de que os reparos do Presidente da República ao Governo devem ser feitos em privado.
A primeira agrada ao PS e a segunda ao PSD. Mas a primeira é bem mais importante, não sendo apenas uma mãozinha a PS.
É um presente ao PS na medida em que vem mesmo a calhar depois de umas semanas que não correram lá muito bem ao governo. O povo já começava a pensar que afinal este governo não vai fazer mais que os outros e que o discurso reformista é só propaganda.
Por outro lado, se pensarmos a quem convem ser assegurado que o governo é reformista, não há dúvida que é ao eleitorado centro-direita. A esquerda não quer um governo reformista. Hoje, reformismo é sinónimo de políticas liberais, de redução do ditos direitos adquiridos, das prestações sociais e, principalmente, de redução da dimensão do Estado. Por isso, concluo que as afirmações de Cavaco Silva mudam a base de apoio do governo, que deixa de estar à esquerda, mas ao centro e à direita. Assim, nos próximos tempos, para se sustentar, o governo tem de agradar à esta nova base de apoio, diferente do que é tradicional nos governos PS.
Isto traz consequências para o rumo do governo e, a médio e longo prazo, no posicionamento político do PS, questão essa cuja pertinência foi evidente no recente congresso do PS
Nota: A utilização, por mim, da divisão esquerda-direita neste post, como noutros, é feita por motivos práticos de exposição do raciocínio. Na verdade, eu acho esta classificação demasiado simplista e, hoje, sem qualquer significado para além das simpatias partidárias do eleitorado. Não utilizo outra porque esta é a melhor entendida em geral na sociedade e porque, admito, ainda nem encontrei nenhuma outra que consiga abranger todo o eleitorado sem misturar planos diferentes. É uma questão a reflectir num futuro post.
A primeira agrada ao PS e a segunda ao PSD. Mas a primeira é bem mais importante, não sendo apenas uma mãozinha a PS.
É um presente ao PS na medida em que vem mesmo a calhar depois de umas semanas que não correram lá muito bem ao governo. O povo já começava a pensar que afinal este governo não vai fazer mais que os outros e que o discurso reformista é só propaganda.
Por outro lado, se pensarmos a quem convem ser assegurado que o governo é reformista, não há dúvida que é ao eleitorado centro-direita. A esquerda não quer um governo reformista. Hoje, reformismo é sinónimo de políticas liberais, de redução do ditos direitos adquiridos, das prestações sociais e, principalmente, de redução da dimensão do Estado. Por isso, concluo que as afirmações de Cavaco Silva mudam a base de apoio do governo, que deixa de estar à esquerda, mas ao centro e à direita. Assim, nos próximos tempos, para se sustentar, o governo tem de agradar à esta nova base de apoio, diferente do que é tradicional nos governos PS.
Isto traz consequências para o rumo do governo e, a médio e longo prazo, no posicionamento político do PS, questão essa cuja pertinência foi evidente no recente congresso do PS
Nota: A utilização, por mim, da divisão esquerda-direita neste post, como noutros, é feita por motivos práticos de exposição do raciocínio. Na verdade, eu acho esta classificação demasiado simplista e, hoje, sem qualquer significado para além das simpatias partidárias do eleitorado. Não utilizo outra porque esta é a melhor entendida em geral na sociedade e porque, admito, ainda nem encontrei nenhuma outra que consiga abranger todo o eleitorado sem misturar planos diferentes. É uma questão a reflectir num futuro post.
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