Wednesday, October 04, 2006

A Acompanhar...

... a 2ª volta das eleições presidenciais brasileiras.
Nas últimas semanas da campanha para a 1ª volta, Lula iniciou uma fase descendente nas suas intenções de voto, o que foi agravado pela ausência no último debate televisivo, à semelhança do que aconteceu nos anteriores.
Quanto à campanha de Alckmin, pouco tem sido dito na comunicação social portuguesa, além de algumas generalidades, mas deve ter tido boa performance, uma vez que obteve uns surpreendentes 41,6%.
Tendo em conta que a vitória de Lula à 1ª volta era considerada certa há bem pouco tempo, não é difícil concluir que a tendência descendente de Lula torna-se mais difícil de travar e que a campanha de Alckmin ganha mais fôlego.
Para já, o resultado das eleições é totalmente imprevisível, mas as consequências de qualquer resultado já podem ser analisadas.
Uma vitória de Alckmin é um verdadeiro revés na cena política brasileira e uma desilusão para a esquerda a nível mundial que insistia em acreditar num sindicalista sem qualquer sentido de estado nem sensibilidade política de alto nível, isto é, quando se exige mais do que convencer ao voto através de promessas. Por outro lado, o Brasil melhoraria a relação com os EUA, o que traz benefícios económicos para o país. Ainda no plano internacional, seria interessante ver os reflexos desta eventual vitória no espectro político sul-americano, actualmente virado à esquerda.
Uma vitória de Lula, ao contrário do que se possa pensar, não significa que a situação actual se manteria. E isto porque a tendência descendente da popularidade de Lula não vai parar no dia das eleições, o que, no caso da sua vitória, faz prever um mandato muito difícil. Os escândalos serão inevitáveis, como agora, e o povo que beneficiou das políticas sociais de Lula, como sempre, vai exigir mais. O encanto do operário que chegou a presidente já começou a desvanecer-se e não pode suportar mais asneiras.
A acompanhar, portanto.

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